Alunos do Colégio Estadual Brasília, no bairro de mesmo nome, participaram na última quarta-feira da inauguração de uma exposição multidisciplinar temática com trabalhos elaborados por eles após visitas ao Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, distrito de Rio Claro. As visitas aconteceram dentro do Programa Educativo Especial (PEE), criado pela gestão do parque para atender a direção do colégio, que queria diminuir a evasão e o baixo desempenho escolar.
Pais, amigos, familiares e moradores do Vila Brasília prestigiaram o evento realizado durante a manhã de ontem. A exposição contou com apresentações de desenhos, maquetes, dança, música, poemas, verbetes e literatura de cordel, entre outras manifestações culturais.
Inspirados pela história do parque arqueológico, os estudantes até criaram um rap contando um pouco sobre o que aprenderam durante as visitas. Um dos compositores da canção foi o aluno do 2º ano do ensino médio, Fabrício de Oliveira Lima, que se intitula como “MC Nescau”.
– Eu e o “MC Kadu” (referindo-se a outro aluno que compôs a música) fizemos um rap sobre a história do Capitão Mor, uma figura simbólica do parque. Falamos também sobre as fazendas de café que existiam no local e Rio Claro. Cada um foi fazendo um verso, baseado nas informações que recebemos dos guias do parque e também nas que encontramos na internet – explicou Fabrício, acrescentando que a letra demorou dois meses para ficar pronta.
Para a disciplina de Biologia, os estudantes fizeram um mini-herbário – um tipo de coleção de plantas prensadas e secas. A aluna do 2º ano do Ensino Médio, Laysnara Fernandes, fez a catalogação de plantas que recolheram no parque e contou um pouco dessa experiência.
– Foi numa experiência nova. Pudemos aprender um pouco sobre as plantas nativas da Mata Atlântica e também sobre a história do lugar, já que conhecíamos muito pouco. O resultado foi bem legal, pelo fato de sermos a primeira escola a realizar um trabalho desta importância. Cada aluno desempenhou seu papel nos trabalhos. Gostei muito, foi uma experiência que acrescentou novidades em nossa vida – declarou a jovem.
Troca de experiências
A coordenadora pedagógica do colégio, Silvânia Ferreira, explicou que teve a ideia de levar os alunos ao parque pela baixa frequência deles nas salas de aula. Essa medida serviu para despertar maior interesse deles.
– Eles começaram a visitar o parque desde a primeira semana de fevereiro. As visitas duraram até o mês passado. Todos os nossos 450 alunos, de todas as turmas participaram. As frequências começaram a subir e percebemos o quanto foi importante fazer uma atividade fora do colégio. É preciso estimular os alunos – revelou Silvânia.
A professora de artes visuais, Magrah Souza, contou que fez um trabalho inspirado no artista expressionista do século passado, Edvard Munch, e seu quadro mais marcante, “O Grito”.
– Eu consegui aliar a ideia do quadro, que é o grito, com outros gritos que vemos todos os dias. O grito do parque para ser visitado, aproveitado. O grito da educação no país, que anda precária. O grito dos alunos que precisam sair das ruas, que precisam de mais atenção. Achei fantástico, porque eles estavam com vontade de crescer – afirmou.
Na parte de educação física, o professor Paulo Celso detalhou que as atividades principais consistiram na prática do slackline, um exercício de equilíbrio em uma fita elástica, caminhada orientada, para explorar e reconhecer a natureza do local, e também um minitorneio de futebol.
– Eles puderam trabalhar cientificamente no parque e o resultado foi muito positivo. Essas ações extraclasses que têm a participação da sociedade civil contribuem tanto para os discentes, como para o profissional de ação prática – declarou.
O Parque de São João Marcos
No século passado, Rio Claro era uma morada de colonos e havia uma estrutura urbana razoável, com prefeitura, hospitais, igrejas, colégios, teatros e clubes associativos e esportivos. No início de 1900, residiam no local cerca de 18 a 20 mil pessoas que trabalhavam principalmente na produção de café.
Em 1990, de acordo com sua importância histórica, tanto o Parque de São João Marcos, como a Ponte Bela na Estrada Imperial e a Capela da Fazenda Santa Grama, pontos históricos de Rio Claro, foram tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac.
De acordo com Heidi Costa, produtora do parque, o local fica aberto para visitações de quarta-feira a domingo e a entrada é gratuita. Caso outras escolas queiram participar de alguma atividade semelhante a do Vila Brasília, basta entrar em contato por e-mail através do contato@saojoaomarcos.com.br. O local recebe cerca de dois mil estudantes por ano.
– Eles (se referindo aos alunos do Vila Brasília) adoraram a experiência e todos os trabalhos ficaram maravilhosos. É uma experiência muito interessante – opinou.
Fonte da matéria: Diário do Vale
Pais, amigos, familiares e moradores do Vila Brasília prestigiaram o evento realizado durante a manhã de ontem. A exposição contou com apresentações de desenhos, maquetes, dança, música, poemas, verbetes e literatura de cordel, entre outras manifestações culturais.
Inspirados pela história do parque arqueológico, os estudantes até criaram um rap contando um pouco sobre o que aprenderam durante as visitas. Um dos compositores da canção foi o aluno do 2º ano do ensino médio, Fabrício de Oliveira Lima, que se intitula como “MC Nescau”.
– Eu e o “MC Kadu” (referindo-se a outro aluno que compôs a música) fizemos um rap sobre a história do Capitão Mor, uma figura simbólica do parque. Falamos também sobre as fazendas de café que existiam no local e Rio Claro. Cada um foi fazendo um verso, baseado nas informações que recebemos dos guias do parque e também nas que encontramos na internet – explicou Fabrício, acrescentando que a letra demorou dois meses para ficar pronta.
Para a disciplina de Biologia, os estudantes fizeram um mini-herbário – um tipo de coleção de plantas prensadas e secas. A aluna do 2º ano do Ensino Médio, Laysnara Fernandes, fez a catalogação de plantas que recolheram no parque e contou um pouco dessa experiência.
– Foi numa experiência nova. Pudemos aprender um pouco sobre as plantas nativas da Mata Atlântica e também sobre a história do lugar, já que conhecíamos muito pouco. O resultado foi bem legal, pelo fato de sermos a primeira escola a realizar um trabalho desta importância. Cada aluno desempenhou seu papel nos trabalhos. Gostei muito, foi uma experiência que acrescentou novidades em nossa vida – declarou a jovem.
Troca de experiências
A coordenadora pedagógica do colégio, Silvânia Ferreira, explicou que teve a ideia de levar os alunos ao parque pela baixa frequência deles nas salas de aula. Essa medida serviu para despertar maior interesse deles.
– Eles começaram a visitar o parque desde a primeira semana de fevereiro. As visitas duraram até o mês passado. Todos os nossos 450 alunos, de todas as turmas participaram. As frequências começaram a subir e percebemos o quanto foi importante fazer uma atividade fora do colégio. É preciso estimular os alunos – revelou Silvânia.
A professora de artes visuais, Magrah Souza, contou que fez um trabalho inspirado no artista expressionista do século passado, Edvard Munch, e seu quadro mais marcante, “O Grito”.
– Eu consegui aliar a ideia do quadro, que é o grito, com outros gritos que vemos todos os dias. O grito do parque para ser visitado, aproveitado. O grito da educação no país, que anda precária. O grito dos alunos que precisam sair das ruas, que precisam de mais atenção. Achei fantástico, porque eles estavam com vontade de crescer – afirmou.
Na parte de educação física, o professor Paulo Celso detalhou que as atividades principais consistiram na prática do slackline, um exercício de equilíbrio em uma fita elástica, caminhada orientada, para explorar e reconhecer a natureza do local, e também um minitorneio de futebol.
– Eles puderam trabalhar cientificamente no parque e o resultado foi muito positivo. Essas ações extraclasses que têm a participação da sociedade civil contribuem tanto para os discentes, como para o profissional de ação prática – declarou.
O Parque de São João Marcos
No século passado, Rio Claro era uma morada de colonos e havia uma estrutura urbana razoável, com prefeitura, hospitais, igrejas, colégios, teatros e clubes associativos e esportivos. No início de 1900, residiam no local cerca de 18 a 20 mil pessoas que trabalhavam principalmente na produção de café.
Em 1990, de acordo com sua importância histórica, tanto o Parque de São João Marcos, como a Ponte Bela na Estrada Imperial e a Capela da Fazenda Santa Grama, pontos históricos de Rio Claro, foram tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac.
De acordo com Heidi Costa, produtora do parque, o local fica aberto para visitações de quarta-feira a domingo e a entrada é gratuita. Caso outras escolas queiram participar de alguma atividade semelhante a do Vila Brasília, basta entrar em contato por e-mail através do contato@saojoaomarcos.com.br. O local recebe cerca de dois mil estudantes por ano.
– Eles (se referindo aos alunos do Vila Brasília) adoraram a experiência e todos os trabalhos ficaram maravilhosos. É uma experiência muito interessante – opinou.
Fonte da matéria: Diário do Vale